Polícia do DF deve responsabilizar escola onde criança perdeu dois dentes

Circunstâncias não foram explicadas; vice-diretor disse em depoimento que havia três profissionais para cuidar de 50 crianças. Delegado investiga se alguém extraiu dentes à força.

A direção do Centro de Educação Infantil nº 1, do Riacho Fundo, no Distrito Federal, deve ser responsabilizada pelos danos a uma criança de 4 anos, que perdeu dois dentes da frente durante o horário de aulas na última sexta (24). A informação foi dada pelo delegado responsável pelo caso, Christian Araújo Bonfim. Segundo ele, o vice-diretor do colégio admitiu que havia apenas duas professoras e uma monitora no local, para vigiar 50 alunos.

“Há responsabilidade sim. Ainda que de forma temporária, a escola tem o dever de garantir a integridade física da criança”, diz.

A coordenadora Regional de Ensino responsável pela escola, Francimar Moreira, afirmou que o número de professores é o “padrão da secretaria de ensino do DF”. Nesta terça (27), ela disse concordar que o colégio deva ser responsabilizado de alguma forma. “Temos que prestar toda assistência à criança, seja com medicamentos ou com consultas”.
A criança foi ouvida por especialistas da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e passou por exame de corpo de delito nesta terça. A polícia investiga se um homem teria forçado a extração dos dentes do menino – ou se ele se acidentou brincando na escola. “Nenhuma hipótese está descartada”, afimou o delegado.

Versões diferentes

Questionado pela mãe, o menino teria contado duas versões diferentes. Em uma delas, disse que um “tio” teria arrancado os dentes dele. Depois, disse que caiu no escorregador da escola e bateu com a boca na estrutura.
Segundo a regional de ensino, apenas dois dos três homens que trabalham na escola estavam no local na última sexta. Além do vice-diretor, um funcionário que cuida da merenda das crianças teria ido ao colégio para buscar o filho. Questionada pela reportagem sobre a existência do escorregador e a interdição do brinquedo, a coordenadora do órgão informou que “não tinha esses dados”.

Por Wellington Hanna

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