3 passos para não prejudicar seus filhos em um divórcio

3 Passos Para Nao Prejudicar Seus Filhos Em Um Divorcio

Quando um casal se separa, é um momento de tensão, ressentimento, dor e muitas vezes, dependendo do motivo do divórcio, há um sentimento na busca por vingança.

 

Existem casais que se separam amigavelmente, com muita maturidade, sem ataques e revoltas, mas essas são as exceções, é muito difícil você ver um casal rompendo sem que haja muitas desavenças.

 

O que muitas pessoas se esquecem, é de proteger os sentimentos e o emocional de seus filhos, e muitas vezes por egoísmo, falta de maturidade, quem mais sai prejudicado em uma separação do casal, é a criança ou o adolescente que não tem nada a ver com o problema de seus pais.

 

Se você está se separando ou já se separou e está enfrentando muitos problemas com o esse rompimento de relacionamento, ou conhece alguém que está nessa situação, continue comigo neste artigo que irei te dar algumas dicas para você lidar com está situação, sem prejudicar seus filhos, afinal, você nem imagina o quanto vai determinar a formação desta criança ou deste adolescente, a forma com que você age com este problema.

 

Dependendo do caso, seu filho crescerá inseguro, depressivo, vai levar para o relacionamento deles, os problemas que você está enfrentando agora, enfim, seja sábio (a) pois, se você ama seu filho, não o prejudique com seus problemas.

 

1º PASSO – EVITE BRIGAR OU FALAR SOBRE OS TERMOS DO DIVÓRCIO NA FRENTE DO SEU FILHO.

 

Muitos casais não se importam em brigar, falar do divórcio ou até mesmo dos termos do acordo do divórcio na frente dos seus filhos. Saiba que na cabeça dessa criança ou adolescente, há um turbilhão de sentimentos ouvindo tudo isso.

 

Evite brigas na frente deles, sei que é muito fácil falar, pois quando a pessoa está passando por este processo, o calor das emoções é muito forte e difícil de se conter.

 

A Bíblia diz, no livro de provérbios no capítulo 16 e no versículo 32, “Muito melhor é o homem paciente que o guerreiro, mais vale controlar as emoções e os ímpetos do que conquistar toda uma cidade”.

 

Tente não brigar na frente dos seus filhos, se controle! As lembranças ficaram para sempre na mente deles, não seja egoísta e vitimista, discuta os termos do divórcio com seu companheiro (a) longe das crianças, se possível, até marque para falar sobre isto em um outro lugar.

 

2º PASSO – TENTE AO MÁXIMO FAZER UM DIVÓCIO AMIGÁVEL

 

Não é uma tarefa fácil, eu sei disso, até porque advogo na área de família, quando lidamos com a emoção das pessoas, pode ser a pessoa mais intelectual ou bem sucedida, elas não agem racionalmente.

 

Seja sábio e prudente, se não tiver como estabelecer um diálogo amigável entre o casal, procure alguém para ser um conciliador entre vocês, pode ser até mesmo antes de procurar um advogado, para desde já, estabelecer a regulamentação da guarda, dos alimentos.

 

Procure um líder religioso imparcial, um psicólogo, um terapeuta, alguém que possa facilitar o diálogo entre vocês e chegar em um acordo.

 

Não seja orgulhoso nem egoísta, saiba que o bem-estar do seu filho é mais importante do que sua sede de vingança ou tirar vantagem.

 

3º PASSO – NÃO FAÇA ALIENAÇÃO PARENTAL

 

O grande problema das pessoas, é a falta de maturidade, o orgulho ferido, mostra o pior da humanidade. Vejo tantas crianças crescendo totalmente tortas emocionalmente, pois sofrem constantemente de alienação parental.

 

Se você não sabe o que é alienação parental, a Lei Nº 12.318, DE 26 de agosto de 2010 prevê o que é e a punição para o alienador, veja:

 

Art. 2º  Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

 

Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:

 

I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;

 

II – dificultar o exercício da autoridade parental;

 

III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;

 

IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;

 

V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;

 

VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;

 

VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.

 

(…)

 

Art. 4º Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.

 

Fico impressionada com falta de sabedoria de muitos pais, vejo em vários divórcios os filhos no meio de um tiroteio de palavrões, injúrias e chantagens emocionais, saiba que isto além de ser algo injustificável, pode ser punido com multa e até a perda da guarda do menor.

 

CONCLUSÃO

 

Se não há mais solução em um relacionamento, é claro que a melhor forma para resolver o conflito, muitas vezes é o divórcio, é melhor a criança ser feliz sendo criada por pais separados, do que infeliz com pais casados.

 

Uma vez que você escolheu ter um filho, busque mais sabedoria para lidar com seus conflitos, não sou psicóloga ou terapeuta, mas sou advogada de direito de família e vejo o quanto um divórcio pode impactar no desenvolvimento de uma criança se os pais não tiverem maturidade para lidar com seus conflitos.

 

Se for preciso, busque ajuda, não seja orgulhoso, as vezes buscar a ajuda de um profissional, fazer terapia, buscar a Deus, na religião é melhor saída para os seus conflitos e a cura das feridas emocionais. Isso pode salvar o seu  relacionamento com os seus filhos.

 

Se você tem um filho com alguém que você se divorciou, terá que conviver com ele ou ela para o resto da sua vida, não faça dessa caminhada um martírio para você e para sua família, quanto mais rápido você buscar ajuda para curar suas feridas, mais prazerosa será a caminhada. Pense nisso!

 

Dra. Ivenise Rocha

Compartilhar esta postagem
Fale conosco!